Oiço todas as vozes dizer que é
necessário um entendimento alargado, que é necessário dialogar, incluindo até
os sindicatos. Todos, menos o PS e António José Seguro. Confesso que não
percebo – e julgo que posso concluir que a maioria dos portugueses também não –
por que motivo Seguro não se quer sentar à mesa de negociações. Como disse
Cavaco Silva, a maioria dos países da Europa conseguiu implementar medidas mais
favoráveis, com a abertura ao diálogo, à participação de todos os partidos para
contribuírem para uma solução duradoura e que se prolongue no tempo. Mas em
Portugal tal não é possível. São as oposições que pretendem que este Governo se
esfarele todo, o Governo que quer amarrar a oposição, uns de um lado, amanhã do
outro, mas todos a defender apenas o seu pequeno quintal. Entretanto
continuamos todos aqui…
5.11.13
(des)Entendimentos
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22.8.13
O país das aparências
Excelente apontamento de Fernando Moreira de Sá, no PiaR, sobre os speechwriters que em Portugal existem, como em quase todos os países, mas que se envergonham de admitir.
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10.5.13
Expliquem lá
Começou por ser uma
candidatura apresentada há um ano, sob o lema “Felgueiras merece mais e
melhor”. O CDS-PP Felgueiras, durante meses e meses, abordou pessoas de todos
os quadrantes políticos. Desde o PS “oficial” e “não oficial” que existem, até
ao PSD, várias individualidades foram abordadas com a promessa de um projeto
“único”, “vencedor” e sem qualquer possibilidade de falhar. O parceiro de
coligação do PSD nas últimas eleições autárquicas não se inibiu de durante
grande parte do mandato denegrir, alterar a verdade, tudo na surdina, no passa
palavra, no “diz que disse”.
Durante todo este tempo, não
se viu uma alternativa às situações que criticavam (também nunca se percebeu
muito bem quais eram) nunca se mostraram com soluções, como fariam de forma
diferente. Limitavam-se, assim, a bramir a lança, quais D. Quixotes contra os
moinhos de vento. Demarcaram-se da coligação sem nunca terem oficialmente
rompido, mas desdobraram-se numa boa campanha de comunicação, com apresentação
do candidato, companheiro regular nestas colunas de opinião, trazendo sangue
novo para a candidatura, anúncios de trabalho já feito nas freguesias, um sem
número de jovens militantes para o partido que disseram não se reverem no
passado de Felgueiras. Para culminar, foi agendada a apresentação oficial do
candidato, Luís Miguel Nogueira, com a presença de vários dirigentes nacionais
do CDS-PP... que foi cancelada a pouquíssimos dias da sua realização.
Até agora nada foi
explicado, não foi comunicado o motivo da alteração, nem no blogue da
candidatura, que está parado apenas com a mensagem inicial do candidato, nem na
página do facebook. Mas isto oficialmente, porque a versão não oficial é que o
CDS-PP entendeu encontrar uma candidata mais forte. Assim, de um momento para o
outro, surge o nome de Fátima Felgueiras como candidata independente mais com o
apoio do CDS-PP Felgueiras. Primeiro Fátima Felgueiras presta declarações
dizendo que foi convidada pelo PS para ser candidata à Assembleia Municipal,
mas que terá recusado por não se rever na atual liderança e rumo dos
socialistas felgueirenses. Facto prontamente desmentido por Eduardo Bragança,
líder do PS Felgueiras, dizendo que nunca terá convidado Fátima Felgueiras.
Claro que se foi verdade, teria que o desmentir nunca admitindo que recebeu um
não. Mas se foi verdade ou não, pouco importa, porque o verdadeiro objetivo de
Fátima Felgueiras foi dizer que está presente, não se revê no rumo do partido
socialista, mas que não abdica da sua herança ideológica, mostrando-se igualmente
disponível para o combate político. Terá o CDS mordido o isco e embarcado numa
perigosa aventura política?
Como vai o CDS-PP explicar a
todos aqueles a quem alimentou esperança ao longo deste tempo, que deixou cair
por terra as críticas do passado, e apoiar agora Fátima Felgueiras? Como vai o
CDS explicar a todos os putativos candidatos às juntas de freguesia, aos seus
jovens que não se reviam no passado de Felgueiras, que, a troco de uma ambição
política desmedida de alguns dos seus líderes vão ter que abdicar dos seus
valores e participar numa campanha que apoia uma pessoa que apenas há uns anos
atrás combateram e derrotaram em eleições com o seu parceiro de coligação? Como
vão explicar isto?
Expresso de Felgueiras, 10 mai'13
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Felgueiras
24.4.13
São flores senhor, são flores…
Por estes dias, que começam
(finalmente) a aquecer, tem sido palco também do aquecimento das candidaturas à
autarquia de Felgueiras. Por entre candidaturas já anunciadas, mas que deixaram
a chama esmorecer-se, e outras que estão com a chama no máximo, vão havendo
jogos de bastidores, informações e, claro… há boa maneira cá do burgo,
desinformações.
Entretanto, o executivo
municipal liderado por Inácio Ribeiro continua o trabalho e, pelos vistos, bem
feito. Em dois mil e doze, o passivo da câmara foi reduzido em 6,5 milhões de
euros, ou seja, foram pagos a fornecedores e sem qualquer recurso a empréstimos
bancários, 6,5 milhões de euros. Para além disso a poupança corrente da câmara
aumentou 162%, o que permitirá um ainda maior aumento do investimento que já
aumentou 2,3 milhões de euros (21%). Se isto não são boas notícias para o nosso
concelho, não sei o que de melhor podia haver. Temos uma câmara com uma enorme
estabilidade financeira, com possibilidades de, sendo necessário, recorrer a
financiamentos e ainda com capacidade de investimento o que, nos tempos que
correm, não é fácil de encontrar. Entretanto a oposição tenta fazer o seu papel
e pega num relatório da Inspeção Geral de Finanças que analisa mais de 150
milhões de euros (quase três anos de mandato) e fazem “guerra” com alegadas
“inconformidades” de cerca de vinte mil euros. Só para que percebam, isso
representa 0,0001% do montante analisado. Para além do mais, as alegadas
situações foram suportadas nas suas decisões por pareceres jurídicos e da
própria Associação Nacional de Municípios.
Estamos a comemorar mais uma
passagem do 25 de Abril de 74 e, no meio de outras cerimónias, a autarquia vai
homenagear um ilustre felgueirense, Barros Moura. Esse que foi um lutador nas
causas da Liberdade, que esteve presente nos movimentos estudantis de 68, que
se bateu por Felgueiras como poucos fizeram é agora homenageado por uma
autarquia social-democrata que não esquece aqueles que no passado se bateram
pelo melhor para a sua terra natal. Pena que tenha sido tão maltratado pela sua
família socialista e que nunca lhe tenha sido dado o mais do que merecido
reconhecimento.
Esta liderança de Inácio
Ribeiro, frente à câmara municipal, sempre se mostrou agregadora de todas as
pessoas que queiram contribuir para o bem de Felgueiras, sempre reconheceu
aqueles que, independentemente de serem ou não da sua família política, lutaram
pelos ideais de Abril. Talvez por isso tenham a capacidade de atrair as pessoas
dos mais variados quadrantes políticos e que vêm em Inácio Ribeiro a mesma
pessoa que ganhou as eleições. Aquele que escuta a opinião de todos, forma a
sua opinião e executa tendo os interesses do concelho em primeiro lugar.
* Expresso de Felgueiras, 24 abril'14
28.2.13
Responsabilidade…
Em agosto de 2012 foi
aprovada a lei 50/2012 que aprovou o regime jurídico da atividade empresarial
local e das participações locais. Tal diploma veio desde logo levantar inúmeros
problemas às autarquias, sendo que o principal é o que fazer com as empresas
municipais e com aquelas onde as autarquias têm participação de capital.
Felgueiras não é exceção e a
lei define, grosso modo, e para além de outras soluções, a dissolução de
empresas municipais deficitárias, ou cujas atividades ou serviços não cumpram
com o requisito essencial de prossecução do interesse público, dando-lhes um
prazo de seis meses. Nesse sentido a câmara municipal de Felgueiras decidiu que
as empresas municipais EMAFEL e ACLEM fossem dissolvidas por não se verificarem
os requisitos financeiros, sendo que os serviços vão ser adequados, fundidos, e
por outro lado extintos, aqueles que não visem o interesse público, ou que,
mesmo que se verifique, o Tribunal de Contas considere que não é uma atividade
que deva ser sustentada pela autarquia.
Depois, temos a empresa EPF,
lda., que não sendo uma empresa municipal, a câmara detém 99% do seu capital
social. Agora surge - ou é criado – o problema. Não podendo a câmara municipal
manter a situação da empresa detentora da Escola Profissional de Felgueiras,
pelos imperativos legais já referidos, que fazer? A câmara optou, tendo que
cumprir o prazo de seis meses legalmente imposto, por aprovar uma autorização
para dissolver a sociedade nos mesmos moldes que a EMAFEL e ACLEM, podendo
depois criar numa nova empresa para dar suporte à atividade letiva ou,
eventualmente, vender a sua participação na dita sociedade. Até aqui nada de
novo… e é então lançado o pânico entre professores e alunos, por entre sombras
de fecho de escola e de despedimentos.
Vejamos: a EPF é uma escola
profissional de referência na região, têm sido inúmeros os seus sucessos –
veja-se o caso da robótica e do calçado para referir apenas dois – tem sido
sempre um parceiro estratégico da autarquia no “Descalço” tendo continuado a
ter esse papel durante a mudança de liderança da autarquia, não haveria de ser
de outra forma. Ninguém, nem mesmo a câmara, desvaloriza a importância da
instituição. Por outro lado, a câmara já devia ter resolvido esta questão da
participação no capital social da EPF há muito tempo, a situação não é nova, já
tem vinte anos. Durante, pelo menos, dezassete anos Fátima Felgueiras enquanto
vereadora da educação e depois presidente de câmara pôde resolver a questão,
mas optou por não o fazer. Agora, na oposição, critica a solução provisória tomada
(convém não esquecer que tomada por imperativo legal). É legítimo que o façam
todos enquanto oposição, é legítimo que quem tem interesses no negócio tome as
suas posições, o que não é legítimo e admissível é que usem uma instituição, o
seu corpo docente, os seus alunos, os pais, como arma de arremesso e combate
político. A EPF é muito mais importante que isso, são vidas que ali se
desenrolam, são futuros, são profissionais dedicados e empenhados a quem lhes
foi dito que perderiam os empregos quando, na pior das hipóteses e em absurdo,
teriam que ser “absorvidos” pela autarquia. Nada de mais errado. É
completamente legítima e pretendida a luta da oposição, quanto mais forte for a
oposição mais forte terá que ser o executivo e todos nós munícipes iremos
beneficiar disso, mas não vale tudo! As pessoas que destruíram um estádio
municipal, por causa de uma única prova de motociclismo (facto irrefutável) não
podem vir dizer que este executivo destrói o ensino profissional (facto
altamente especulativo) quando existem soluções legais e previstas para que
haja uma continuidade tranquila e pacífica. Atentado ao património físico e
desportivo (naquele caso) foi o que fizeram… mas isso são águas passadas.
A única coisa que me importa
enquanto munícipe é que todo o processo decorra com tranquilidade e segurança
para todas as partes e, até prova em contrário, confio na boa-fé da autarquia
para a continuação da excelência promovida pela EPF.
Expresso de Felgueiras, 28 fev'13
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Expresso de Felgueiras
24.2.13
Heróis e Generais
Somos um país com mais de cinquenta Generais e Almirantes, quando na II Guerra Mundial alguns Generais aliados eram responsáveis por áreas superiores à de Portugal.
Portugal tem uma 'dívida' às forças armadas com juros muito elevados. Entretanto sempre podem ir jogando às guerras ou reunir-se para discutir o futuro das forças armadas.
7.2.13
O Costa é que a sabe toda (*)
António José Seguro
arrisca-se a ser outro Ferro Rodrigues. Aguentar o embate frontal, fazer a
travessia do deserto e dinamitar o governo para que António Costa, acione o
mecanismo que vai fazer desabar o governo.
O partido socialista tem
esta apetência particular para lutas fratricidas na hora da tentativa de
assalto ao poder com uma intensidade superior – pelo menos pública – que os
outros partidos políticos. O poder sempre foi tentador e o assassínio político
uma ferramenta para a concretização dos objetivos.
Todos sabíamos que Seguro
seria um líder a prazo, a não ser que os tabus – António Costa e António
Vitorino – nada fizessem. António Costa fez, ou melhor, outros fizeram com que
acontecesse. O sempre omnipresente braço direito de José Sócrates, Pedro Silva
Pereira, em conjunto com Francisco Assis e Sérgio Sousa Pinto encarregaram-se
de fazer acontecer agora, “por acaso” a crise de liderança socialista. E vão
manter Seguro em lume brando até ao momento que deixe de ter condições para
liderar. António Costa impõe condições para que Seguro una o partido e ainda
estabelece prazo até ao dia 10 de Fevereiro!
Mas Seguro geriu mal todo o
processo. Começou por tentar desvalorizar os avanços da oposição interna,
deixou subir de intensidade a discussão pública para depois tentar fechar tudo
nos órgãos do partido. Como diria Irina Golovanova, especialista em linguagem
corporal, Seguro dizia uma coisa e o seu corpo mostrava toda a preocupação e
desconforto perante a situação. Da mesma forma, foi interessante analisar o
comportamento de Pedro Silva Pereira no momento em que António Costa proferia
umas declarações à saída da reunião da comissão política e, do meu ponto de
vista, é mesmo uma questão de tempo até Seguro ser afastado.
Em Felgueiras, a câmara
municipal em parceria com a ANIMAR e a ADERSOUSA realizou uma ação de
sensibilização para as redes colaborativas de produção local. Coisa de pouca
monta, dirão alguns, mas muito importante na minha opinião. É com ações como
estas que se mudam as atitudes enraizadas de gerações de negócios em busca de
novos produtos e/ou melhoria dos existentes como forma de criar valor no
produto e assim aumentar as vendas criando ou abrindo novos mercados. Agora só
falta mesmo que surjam ideias, que sejam colocadas em prática e que, mais
importante, os empresários e produtores vejam uma oportunidade de, em conjunto,
se tornarem mais fortes.
(*) Expresso de Felgueiras, 1 fevereiro 2013
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