8.11.19

Chega, Iniciativa Liberal e Livre sem tempos atribuídos no debate quinzenal

Os partidos Livre, Iniciativa Liberal e Chega, ficaram sem tempo de intervenção para o debate quinzenal, depois do BE, PCP, PEV e PS terem votado contra.
Isto acontece porque os partidos não são grupos parlamentares por só terem um deputado. De recordar que na passada legislatura foi criado um regime de exceção para o PAN que pôde assim intervir.
Vê-se que os partidos mais à esquerda perceberam que depois de eleger um deputado, este, com dose certa de populismo (veja-se o PAN), consegue fazer crescer o grupo parlamentar. O Livre teve apenas azar de ser apanhado no conjunto. 

6.11.19

Alunos em Felgueiras coagidos a assistir a aulas de religião

Segundo o JN de hoje um professor entendeu que os jovens que não frequentassem as aulas de educação moral e religiosa não poderiam ter aulas de catequese, batizados bem como não entrar em qualquer igreja católica. 
Não há nada pior que alguém que, com tiques de ditador, dispõe de princípios básicos, como o direito à liberdade religiosa? 

24.10.19

Ainda os resultados das legislativas


Finalmente estão contados os votos do círculo da emigração e apurados os resultados finais da legislativas.  O PSD perde mais um deputado no círculo da emigração e assim carimba um dos piores resultados obtidos numas legislativas. Foram maus, mas mesmo assim, fruto de alguma “garra” demonstrada nos dias da campanha, não tão maus como se fazia prever. Por outro lado, o PS obteve a vitória expectável, ficando próximo de uma maioria absoluta, que, o eleitorado não lhe quis dar.
O equilíbrio de forças que saiu destas eleições, desde cedo permitiu ver que seria muito difícil replicar a “geringonça”. Desde logo porque o mau resultado do PCP empurrava o PS para um acordo apenas com BE que, se aceitasse, ficaria em maus lençóis nas próximas eleições. Basta ver o exemplo de todas as coligações à esquerda na Europa, onde o partido mais pequeno tendencialmente desaparece. Quem quase desapareceu foi o CDS vítima do estilo mais truculento de fazer oposição de Cristas, que assumiu na noite eleitoral os maus resultados e sai de cena. Quem não saiu de cena foi Rui Rio que ainda hoje anunciou a sua recandidatura. Para já, terá que enfrentar António Montenegro, mas há quem defenda que mais candidaturas aparecerão. Eu acho que não. A oposição interna a Rui Rio não se quererá dividir pelo que presumo que apenas Montenegro quererá enfrentar Rio.
Em Felgueiras não foi exceção, e os dias dos bons resultados sociais-democratas já vão longe. Aliás, a curva é descendente e não se vislumbra nem alterações nem vontade de as fazer. Seria positivo que surgisse um novo líder, para tentar reverter a situação. Uma oposição forte obriga a uma gestão forte do executivo e isso beneficia o concelho e todos nós. Estamos a meio do mandato autárquico e, se o PSD Felgueiras se quer preparar para, pelo menos, “ir a jogo”, convém não arrastar muito o processo eleitoral interno.

29.5.19

Porque votei

Confesso que quase me tornei um abstencionista nestas eleições. Desde que tenho o direito/dever de votar apenas me abstive uma vez, no primeiro referendo sobre o aborto, por estar longe do meu local de voto. Em todas as outras eleições votei porque é o meu dever/obrigação, não deixar que outros escolham por mim e porque a liberdade de votar custou ao país e a toda uma geração um preço muito elevado para que hoje o possamos desperdiçar. Foi esse motivo, mais do qualquer outro, que me levou a votar e não contribuir para a marca recorde de cerca de 70% de abstenção.

Como eu, várias outras pessoas nutriam o mesmo tipo de sentimento nestas eleições europeias. Foi mais por descargo de consciência que uma verdadeira motivação. E porque motivo tantos tiveram a mesma sensação e, muito mais ainda, não foram sequer votar?

As eleições europeias são, habitualmente, aquelas em que a abstenção regista valores mais elevados, usada como forma de protesto ou por desconhecimento dos temas e real alcance da votação. A forma como as campanhas eleitorais são idealizadas levam a um alheamento da maioria das pessoas dos assuntos europeus, mesmo sendo estas as mais importantes eleições europeias desde que aderimos `U.E. em 1986. O Brexit, a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, e com a U.E., a crise dos refugiados, um sistema de defesa comum, a influência crescente da Rússia nos estados ex-URRS até agora pró-Europa, são motivos mais do que suficientes para não deixarmos a nossa escolha nas mãos de outros. E, se isto não bastar, que sirva de argumento os 9 milhões de euros diários de fundos comunitários que entraram em Portugal desde 1986. O mínimo era ir votar.

Quanto aos resultados nacionais houve para todos os gostos. Os esperados e nada surpreendentes e os verdadeiramente surpreendentes. A vitória do PS e a estagnação do PSD não foi surpresa uma vez que as sondagens já vinham a apontar para estes resultados, tal como a subida do BE só apanhou de surpresa os mais distraídos. Este braço da geringonça não fez uma campanha pela negativa, procurou introduzir os temas da europa na campanha, mesmo que pela rama, e não entrou nos ataques pessoais e daí tirou benefícios. Depois as três surpresas da noite eleitoral: o CDS, o PCP e o PAN. O último beneficiou do facto de entre os partidos mais pequenos ser aquele que mais visibilidade tem pelo deputado eleito na Assembleia da República, que se fez notar ao longo do mandato e beneficiou de um rótulo (errado) de partido ambientalista que não o é, cativando o eleitorado mais jovem e o mais preocupado com as questões ambientais. CDS e PCP foram os grandes derrotados da noite ao perderem deputados. O CDS terá que se queixar apenas do tipo de discurso de Cristas, demasiado centralizado nas questões nacionais, num tipo de campanha do “bota abaixo”, que lhe valeu passar para a quinta força política nacional, tal e qual o PCP que saiu fortemente penalizado destas eleições. O segundo braço da geringonça pagou um preço elevado por ter andado de mão dada com o governo. Os seus militantes não perdoaram o abandono da estratégia do partido de protesto e das causas sociais.

A ver vamos se no tempo que falta para as legislativas se conseguirá mudar a forma de fazer campanha e, sobretudo, o posicionamento do discurso face ao eleitorado.

Expresso de Felgueiras