13.10.05

MICRO-CAUSA – O fim

Ontem assisti ao programa «Clube de Jornalistas» no Canal 2, ouvindo a justificação do «Público» através de José Manuel Fernandes para o silêncio a que se converteu depois das notícias de alegados acordos entre Fátima Felgueiras e o PS para o seu regresso, que deu origem a esta Micro-Causa. O «Público» – que se deixou colocar numa situação incómoda – esclareceu então que entendeu «deixar acabar a campanha» eleitoral e o «ruído» à volta do assunto para com o início do julgamento, «comprovar o que entretanto foi desmentido, [por FF, no jornal] com documentos». Só acho que esta justificação já podia ter sido dada no jornal, mostrando outro respeito pelos seus leitores.
Outro assunto abordado no programa, foi a implicação, ou não, (directa nos votos) da Comunicação Social com especial relevo para a televisão. Ricardo Costa (SIC-Notícias) diz que não há, que se limitaram a mostrar o que aconteceu, obviamente nos locais mais polémicos (Amarante, Felgueiras, Oeiras, Gondomar, Leiria e por motivos óbvios Porto e Lisboa), sem o contraditório no programa. Eu sou de opinião diferente. As televisões (essencialmente mas não unicamente) influenciaram decisivamente as eleições em Felgueiras. Um único exemplo (há muitos). Na noite do regresso de FF, estava já programado um debate na SIC-Notícias entre os candidatos de Felgueiras. Exactamente na hora do início do debate, FF dá uma conferência de imprensa, onde «explica» os dezassete pontos do programa eleitoral dela, falando cerca de 15 minutos seguidos sobre a sua candidatura, enquanto os candidatos do PS e PSD aguardavam no estúdio para o qual tinham sido convidados que a senhora decidisse parar. Claro que não tiveram tempo para explicar o seu próprio programa, porque a jornalista «sugou» todos os assuntos com a questão jurídica, que apenas diz respeito a FF, não deixando espaço para os reais problemas desta população.

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