E estamos nós perante o
velho dilema do copo. Este está meio cheio ou meio vazio? Teríamos a abordagem
filosófica do otimismo, do pensamento de Leibniz, de Voltaire ou abordagem
psicológica associada à auto-estima?
Confesso que não consigo
enquadrar aqueles que, teimosamente - porque não acredito que alguém seja
sempre pessimista sem ir ao médico – conseguem ver o dark side de tudo o que se passa no concelho. Vem isto a propósito
do alvoroço criado em torno do estudo “Portugal City Brand
Ranking” da Bloom Consulting que, resumidamente, faz um ranking
das “marcas” das cidades portuguesas, baseado em pesquisas on-line, captadas
por uma ferramenta “Digital Demand D2” que pesca as buscas efetuadas nas áreas
de Negócios, Visitar e Viver, dos 308 municípios nas redes sociais. A esta
informação juntam uns índices estatísticos e aí temos os resultados.
As hordas dos pessimistas
animaram (mesmo que pareça um contrassenso) quando leram que Felgueiras tinha
perdido, por comparação com outros concelhos, nas áreas de Negócios e Visitar.
O ranking de negócios é
baseado nas empresas, crescimento empresarial e emprego. Não é conhecido o
número de pesquisas nas redes sociais utilizadas para aferir o lugar do
concelho de Felgueiras, mas os felgueirenses sabem que o ano de 2015 foi pior
que o de 2014 no que diz respeito à atividade empresarial, ao crescimento da
nossa indústria do calçado, e que temos uma das mais baixas taxas de desemprego
do país. Também sabem que o executivo PSD tudo tem feito para promover e ajudar
a promover, quer com iniciativas locais ou internacionais, o tecido empresarial
felgueirense, não apenas do calçado, mas da gastronomia e doçaria, vinhos e
kiwis. Ouvem-se os pessimistas dizer, com razão e lógica, nos melhores
momentos, que o mérito do sucesso é dos empresários e não por intervenção
política. Assim o é, não o sendo também quando as coisas correm menos bem. É
que para lá de todo o esforço dos empresários e da ajuda que a autarquia possa
dar, há aquilo a que os economistas chamam de Mercado, com um eme grande e
tudo, que não é mais do que um mercado das hortaliças onde todos vamos mas só
compra quem tem dinheiro ou crédito e, neste momento, os mercados de exportação
habituais mostram sinais de retração. E contra isto, não há pessimista que
aguente uma boa partilha no facebook a dizer que isto está mau.
O ranking Visitar é baseado
no número de dormidas, capacidade hoteleira e taxa de ocupação. Apesar de eu
ter quase a certeza que a maioria dos felgueirenses dorme bem, com exceção dos
pessimistas - porque no dia seguinte têm que se queixar de algo – e dos
caloiros da ESTGF, é um facto conhecido, há longos anos, que não temos unidades
hoteleiras que gerariam dormidas e aumentava a taxa de ocupação, vejam lá!
Simples, não? Pena é não termos hóteis, nem sequer móteis, para fazer subir
Felgueiras no ranking a visitar.
O terceiro e último
indicador é o Viver, baseado na “população, taxa de desemprego, criminalidade,
poder de compra, ensino superior, saúde, etc.” É do conhecimento público que
felgueiras aumentou a sua população e eleitores e, é uma fatalidade, o número
de pessimistas não convictos, estirpe pior que os convictos que pelo menos
sabem o que são. A taxa de desemprego, como já referi, é das mais baixas do
país, não há criminalidade violenta, o índice de poder de compra de Felgueiras
aumentou, segundo o INE, vertiginosamente – o último pessimista convicto que
ainda lia a crónica, desistiu agora. O ensino superior não podia estar melhor
com o reforço e afirmação da ESTGF, no panorama do Instituto Politécnico do
Porto mas também na região, fruto do excelente trabalho que tem vindo a ser
exercido pela sua presidente Doutora Dorabela Gamboa, e com algum contributo da
autarquia com as parcerias e trabalho de bastidores que tem vindo a ser feito.
Mais do que otimistas e
pessimistas, o que Felgueiras precisa é de gente orgulhosa da sua terra,
independentemente do que se fez ou não, gente que demonstre esse orgulho
através de contributos válidos, plausíveis, exequíveis. Que defenda Felgueiras
como o seu clube de futebol, independentemente deste jogar melhor ou pior. Faça a sua escolha.[Expresso de Felgueiras, 24 abr]
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