14.6.05

O Homem Revolucionário

Pertenço àquela geração de Portugueses que não tendo idade para se lembrar da «Revolução» viveu e cresceu no pós-revolução a ouvir as notícias da RTP a preto e branco. Aí, Álvaro Cunhal tinha um aspecto mais temerário do que depois a cores. Tinha algo de arrojado, não sei se os olhos fundos por baixo das sobrancelhas carregadas, se as palavras determinadas, aguçadas que nem lanças, mas era um revolucionário. Ganhou o respeito dos adversários e o temor dos inimigos. Cometeu o erro fatal de tentar mudar o sentido da agulha, da direita cinzenta para uma esquerda vermelha. Apesar de discordar em absoluto com as suas ideias e projectos, foi um Homem. Agora faz parte da nossa História.

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