7.9.05

«nacional-porreirismo»

Uma das razões porque por vezes somos considerados tão maus é a nossa capacidade de adaptação a qualquer circunstância. Confuso?
Se bem que pareça um paradoxo, a cultura portuguesa permite uma adaptação fácil a qualquer zona do globo, fuso horário, regime alimentar, fruto talvez da época dos descobrimentos em que idos por esses mares fora chegávamos a qualquer praça e aí fazíamos cidades e deixávamos prole. Essa adaptação é boa, mas quando chega ao conformismo, ao deixa andar, não importa o que se passa desde que a minha vidinha me corra. Assim, deixamos que no dia-a-dia tudo nos atropele ou abuse.
O que se passa com as auto-estradas portuguesas é um bom exemplo desse «nacional-porreirismo». O serviço pago – e bem pago – por todos aqueles que o utilizam - ou não – pressupõe: rapidez, conforto e segurança.
Aquilo que se verifica é que com as obras permanentes nas auto-estradas – a A1 é um exemplo diário – não se verificam os pressupostos do serviço: rapidez, conforto e muito menos segurança. E aí não vejo manifestações, «buzinões» ou outras formas de reivindicar o que quer que seja. Não estamos a ser «porreiros» demais?

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