8.11.05

Coisas de mãe

Há coisas que me custam imenso a perceber. Via ontem de soslaio as notícias quando um grupo de jovens comemorava o facto do seu amigo ter «apanhado» apenas três anos de prisão com pena suspensa por três anos, por ter sido apanhado sessenta vezes (!!) [não são duas ou três vezes, são sessenta, seis dezenas de vezes] a conduzir sem carta, portanto, sem habilitações para tal. Não duvidando da amizade ao herói, os amigos comemoravam alegremente [fruto das câmaras de televisão ou da inconsequência das acções] as seis dezenas de vezes que a Lei foi infringida, sabendo-se lá quantas vezes ameaçou a vida de alguém com a arma que por vezes se torna o carro.
A mãe dizia [percebo estas coisas de mãe] «então o meu filho iria preso porquê? Não matou ninguém!», com o apoio do advogado [percebo também estas coisas dos advogados]. O que eu não percebo é que ele não matou mas poderia ter matado! E se o tivesse feito? O seguro cobriria os danos feitos? Os euros calariam os gritos de uma mãe que tivesse ficado sem o seu filho? Há coisas que eu não percebo.
PS. Claro que eu também não acho que um jovem de 21 anos deva cariar na cadeia junto de toda a espécie de crimes, mas que lição tirou aquele jovem?

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