1.12.10

Estamos perante a primeira era de guerra cibernética?

Provavelmente. A divulgação de documentos classificados como “secretos” da administração dos EUA, veio trazer para a praça pública aquilo que muitos de nós já sabíamos ou, pelo menos, desfiávamos. Os EUA utilizam, e sempre utilizaram, os seus canais diplomáticos para espiar, ou, pelo menos, “recolher informações económicas e ou administrativas relevantes”. Claro que este conceito é muito lato e nele cabem muitas formas de recolha de informação. Do meu ponto de vista, a segunda fuga de informação (estão anunciados cerca de 250.000 documentos) não tem o impacto que teve a primeira – onde foram divulgados importantes informações sobre as operações militares no Afeganistão, colocando em perigo de vida todos os operacionais. Contudo a fuga cirúrgica de informação (só acontece com os EUA e aliados) revela uma orientação e um propósito em forma de ataque.
Não é por isso surpreendente que, ontem e hoje, o site WikiLeaks, tenha sofrido dois ataques para tentar bloquear o acesso ao mesmo. Depois de ter vindo a público o ataque do worm Stuxnet ao programa nuclear iraniano, estes ataques podem ser o inicio de uma nova era de guerras nos longínquos gabinetes.Os EUA têm já uma área especializada em guerra cibernética, dependente das forças armadas, como forma de evitar o sigilo de forças de segurança como a NSA, que controla a vigilância electrónica. Não será de espantar a intensificação dos ataques ao WikiLeaks quer via internet quer judicial. Uma coisa é certa também. O sistema de espionagem dos EUA, ou pelo menos o acesso a documentos vitais, vai sofrer profundas transformações.

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