27.12.10

A última crónica

O ano de dois mil e dez não deixará saudades à grande maioria dos portugueses. Uma economia mundial que ainda cambaleia depois do enorme trambolhão de dois mil e oito, agravada por uma completamente errada estratégia deste governo socialista, que, em Junho de dois mil e nove, informava os portugueses que a “crise já passou”. Aquilo que se viu, foi a enorme falência do Estado Social, fruto de erros como criar uma sociedade de subsidiodependentes, parasitas da sociedade e Estado. Depois disso, a falta de liquidez causada pela enorme necessidade de financiamento do Estado com a Despesa Pública, faz o resto do serviço, com os especuladores a tirarem partido disso. Quando se está em dificuldades há sempre um agiota disposto a tudo. Depois, o remédio utilizado, tipo emplastro, é o usual e que dá para todos os males: aumento generalizado de impostos, naquele que é o país com uma das maiores cargas fiscais da Europa.
O ano de dois mil e dez foi também o primeiro ano da coligação Nova Esperança, entre o PSD/CDS-PP à frente da gestão da câmara municipal de Felgueiras. As expectativas criadas à volta da coligação, e que levaram à vitória desta, são muito elevadas. Estando estas numa fasquia muito elevada, - foram muitos anos de poder socialista, de letargia, de erros grosseiros, de adiamentos sucessivos de obras fundamentais – é natural que a grande maioria dos eleitores esperasse por “grandes obras” no primeiro ano. Como é normal também, nenhuma autarquia começa e acaba “grandes obras” no primeiro ano, muito menos quando se está pela primeira vez no poder. Com isto, não quero dizer que a juventude da equipa se equipare a menos trabalho. São trinta e cinco anos de poder socialista, com uma máquina partidária instalada na autarquia, hostil a mudanças e quiça frontalmente contra em algumas questões. Normalmente, num mandato autárquico, os dois últimos anos são aqueles em que aparecem as grandes obras emblema do período. Mas, na minha opinião, a Nova Esperança poderia ter feito melhor em algumas áreas. Desde logo, a forma como geriu alguns processos, nomeadamente: a auditoria às contas – anunciada e nunca efectivamente efectuada – a NE teria saido beneficiada, pela transparência do processo se, de facto a tivesse realizado; as dívidas a fornecedores que, em catadupa apareceram na câmara e nos tribunais, tornadas públicas e que, depois de contestadas pela oposição responsável pelas mesmas, deixou cair o assunto ou, pelo menos, o retirou da praça pública. Há questões incontornáveis e, evitar esse assunto, para que Fátima Felgueiras não tenha o palco mediático da habitual vitimização, pode ser uma estratégia arriscada. E por último, a questão das obras herdadas do anterior executivo. A oposição socialista e Fátima Felgueiras, as duas faces da mesma moeda, fazem tudo o que podem para dizerem alto e bom som, com razão, que as obras não são deste executivo. Nada mais verdadeiro. Contudo, gostava também que os mesmos assumissem os problemas de projectos (quando não se trata de verdadeiros erros), das soluções e engenharias financeira combinadas, que outros tiveram que solucionar. Mesmo debaixo de fogo a NE não entrou no jogo do empurra. Assumiu, e pagou as consequências dos actos de outros.
Por outro lado, mesmo com apenas um ano de gestão autárquica, a Nova Esperança, já cumpriu com algumas das suas promessas, nomeadamente a questão da atribuição dos livros gratuítos no 1º ciclo e o apoio social a idosos, com medidas práticas e úteis para que as normalmente duas áreas mais fragilizadas – crianças e idosos – estejam mais protegidas em tempo de tantas dificuldades. Estas foram duas das grandes bandeiras da coligação.
Esta é a última crónica do ano de dois mil e dez. Talvez nos voltemos a ver em dois mil e onze. Até lá, boas Festas!!

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