26.5.17

Apenas um pequeno apontamento

O Expresso de Felgueiras publica um comunicado de Pedro Araújo, onde o mesmo apresenta como razão para a rutura com o PS, a sua exigência de que Eduardo Bragança (líder da concelhia do PS) se afastasse, concretizando que;
No dia 25 de abril houve, de facto, uma reunião de trabalho em que coloquei como condição para continuar a ser candidato nas listas do PS o total afastamento do presidente da concelhia das principais decisões e ações de rua da candidatura à Câmara Municipal de Felgueiras, na sequência de divergências políticas graves entre os dois”. (negrito meu)
Acrescentando ainda;

Essa é que foi a causa concreta da rutura e não outras (…)
Até aqui tudo perfeitamente normal. Pedro Araújo percebeu o “peso” que a presença ativa de Eduardo Bragança poderia trazer à candidatura e colocou francamente (segundo o comunicado) as cartas na mesa e as suas condições.
O que vem baralhar isto, pelo menos a mim, é que a  21 de abril, 4 dias antes da dita reunião onde foram impostas as condições na “sequência de divergências políticas graves entre os dois”, o Expresso de Felgueiras publica uma entrevista a Pedro Araújo onde este afirma respondendo à questão se o segundo lugar da lista seria ocupado por uma pessoa da confiança do líder da concelhia, eventualmente o seu próprio filho, José Bragança;
Como todos calculam, essa decisão, como as restantes decisões de cariz político terão sempre que ser tomadas pelos órgãos próprios do PS, uma vez que as candidaturas serão candidaturas do PS. E a situação é muito clara. Eu, no momento em que agradeci, à Comissão Política Concelhia, a decisão de ser o candidato do partido, como é óbvio, também mostrei disponibilidade para aceitar as restantes decisões que a mesma Comissão Política Concelhia entenda tomar no âmbito do atual processo eleitoral. Ora, a questão do segundo nome da lista à Câmara coloca-se exatamente nestes termos. Por isso, a presença do José Bragança na minha equipa é uma decisão que vejo como absolutamente natural e na qual me revejo, até porque vai ao encontro de uma ideia que já defendi. Precisamos de dar espaço e acreditar em gente jovem, acima de tudo com competências e méritos reconhecidos. O José Bragança é, com toda a certeza, da confiança da estrutura do PS, mas mais do que isso, é alguém que conheço bem, pois foi aluno na minha Escola, e com quem terei todo o gosto em trabalhar. Com ele e com a restante equipa que formaremos. Será sempre uma equipa muito melhor que o atual executivo do PSD. Não tenho problema de espécie alguma em liderar uma equipa com mais jovens ou com menos jovens, com mais homens ou com mais mulheres… Têm é que acreditar todos no nosso projeto e estarem disponíveis para dar o seu melhor no sentido de implementarmos as diferentes vertentes desse projeto com a qualidade que os felgueirenses merecem.” (negrito meu e resposta na íntegra para não existirem truncagens)
Nesta resposta Pedro Araújo aceita publica e cabalmente, 4 dias antes da reunião onde já havia mal estar pelas imposições e presença do líder da concelhia do PS na campanha, que o PS Felgueiras é que toma as decisões, que aceitará as restantes decisões que a CPC do PS entenda tomar no âmbito do atual processo eleitoral.

Mas afinal Pedro Araújo dizia publicamente que aceitava, mas manobrava internamente noutro sentido, ou foi inocente e ingénuo? É que Pedro Araújo é tudo menos inocente e ingénuo. 

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