Nuno Fonseca fez a
apresentação formal da coligação PS/Livre “Sim, Acredita!”, em que é cabeça de
lista. Já tinha escrito
sobre o que eu entendo como ser independente, valorizando até o arrojo e
coragem de se declarar:
“Sou independente, numa candidatura independente. (…). Sou independente, sem dependências partidárias.”
Mas tal como aconteceu
com o MIC e Pedro Araújo, a independência durou pouco tempo. O “fenómeno” dos
independentes surgiu de uma necessidade da sociedade, cansada com o modelo
tradicional dos partidos políticos e que procura na sociedade “civil” um grupo
de elementos que, longe dos aparelhos partidários estariam livres de
“pressões”. O principio até pode atrair seguidores, mas…
Há sempre um “mas”. Os
movimentos ditos independentes não têm a máquina (militantes) que os partidos
têm para tudo o que é trabalho que envolve uma campanha e daí a realizar
coligações mais ou menos encapotadas é um passo como se viu. Independentemente
do que possam argumentar, Nuno Fonseca faltou à palavra que deu aos seus
seguidores. Aliás, na
entrevista ao Expresso de Felgueiras afirma, quando
questionado se teve contactos com o CDS ou outros partidos:
“Sim, existiram algumas reuniões. Após alguma reflexão, entendemos que esta candidatura independente interpreta aquilo que acreditamos ser o melhor projeto para as pessoas.”
Ou seja, apenas 3 meses depois da
entrevista Nuno Fonseca deixou de interpretar que uma candidatura independente
(na altura do CDS) era o melhor projeto para as pessoas.
Mas há mais. Quando questionado
quanto às razões pessoais que o levaram a ser um candidato independente afirma:
“Acreditar que é possível fazer política fora dos modelos convencionais. O desafio lançado por inúmeras pessoas de Felgueiras levou-me a abraçar uma alternativa política local, pluralista, apartidária e independente, na perspetiva de um desenvolvimento sustentado do concelho de Felgueiras, onde todos são iguais.”
Se os argumentos que para aí
andam, quanto a se com a coligação do PS/Livre deixa de ser independente podem
tentar lançar uma nuvem de névoa, a questão “apartidária” diz tudo. A
candidatura não teria qualquer partido político envolvido. Aqui Nuno Fonseca
falta pela segunda vez à palavra aos seus seguidores. Quem garante agora que
não terá elementos do PS nas suas listas, quem garante que não fica “preso” aos
socialistas de Felgueiras de quem tanto mal disseram. Aliás, Sérgio Fonseca,
irmão de Nuno Fonseca e seu principal conselheiro e estratega, escreve um texto
no Facebook (que retirou passado umas horas), criticando a incompetência dos
socialistas durante estes 8 anos, a sua incapacidade de fazer oposição e de
alterarem a liderança. Ou seja, os próprios elementos criticam abertamente um
dos partidos que suportam a coligação!
Depois disto, Nuno Fonseca é um
cabeça de lista independente numa coligação de socialista e do Livre, que, já
agora, é um partido mais à esquerda que o BE, com ideais completamente contra o
capital, empresários e basicamente contra tudo o que mexa.
Mas o mais estranho nisto tudo é que não há mal nenhum
nisto! Nuno Fonseca pode mudar de ideias e de estratégia as vezes que quiser.
Só tem é que dizer aos seus seguidores que passou a achar que está melhor com
partidos do que sem eles. E siga a romaria!
Sem comentários:
Enviar um comentário